Guardar na memória
Escrevo para guardar na memória.
Como quem fotografa, para perpetuar imagens. Algumas, porventura invisíveis aos olhos desatentos do observador, mas presentes na mente do fotógrafo que ao revê-las revive-as, recordando todo um contexto.
Escrevo para não perder momentos. Tristes, alegres. Sempre marcantes. Momentos que me constroem. Que me desconstroem. Que sou eu.
Ao escrever tento descodificar emoções, sensações novas, ideias que me surgem em turbilhão e que as palavras organizam.
Ainda que às vezes as palavras não cheguem, e o vocabulário seja pobre. Ainda assim, ainda que para quem lê, a imagem seja fraca demais para ver todo o cenário. Para mim é suficiente para recordar o contexto, os sentimentos, as emoções.
Escrever é uma forma de reviver.