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segunda-feira, maio 29, 2006

Um momento perfeito

Bastou um olhar para deixar presa a alma,
Bastou um momento perfeito,
E todos os sonhos são possíveis!
Nada voltará a ser como antes.
As certezas ficaram abaladas,
As defesas, desmoronadas.
Fora do meu castelo,
Sinto o vento, que me beija.
Sinto-me livre de novo!
Acabo de nascer.
corro para a vida, que me recebe com música,
Esta, é a minha dança!

domingo, maio 28, 2006

«Acender os fósforos todos de uma vez»

Começou na sexta-feira esta onda de revivalismo. Homenagem a antigos alunos, na comemoração dos vinte e cinco anos da escola preparatória. Voltar à minha escola, quase um quarto de século depois, foi uma emoção que eu não esperava.
Tantos sonhos! Tempos em que eu acreditava que tudo era possível! Tempos em que eu não conhecia o medo, eu podia tudo.
Cada recanto, cada pessoa, antigos funcionários, antigos alunos, professores, abriram o álbum de recordações da minha alma. Todos os sonhos voltaram a ser reais.
O meu primeiro amor! A primeira vez que o vi, a descoberta, o primeiro encontro. O nosso código de olhares que dizia mais do que todas as palavras já inventadas. O sorriso, quando os nossos olhares se encontravam, era como uma explosão. Tudo se acendeu com uma intensidade que chega a doer!
Sábado, o casamento da Bete. Foi tão bonito! Apetece voltar a acreditar. Acho que me apaixonei...
Hoje, almoço de curso. Já passaram dez anos!
Tantas vidas, tanta vida! Sonhos feitos e desfeitos. Amores, desamores, mais sonhos, recordações!
Tenho o coração apertadinho, quase não cabe no peito!Deixo escapar uma lágrima que me lava a alma. Hoje senti que «acendia os fósforos todos de uma vez».

quinta-feira, maio 25, 2006

Fazer sentido

Hoje dei por mim a pensar, que há coisas que não fazem mesmo sentido.
Deve ser do cansaço, preciso de férias!
Lembro-me de quando era criança achar que tudo tinha um sentido lógico, mesmo que eu o desconhecesse.
Sou verdadeiramente uma «crente». Não só porque acredito em Deus, tenho fé, mas porque acredito nas pessoas.
Há dias em que me sinto uma estranha numa terra onde nada faz sentido. Já me ocorreu que talvez andem cá extra-terrestres, disfarçados de seres humanos, só para destruir o nosso mundo! Ou se calhar sou eu que sou a extra-terrestre.
Definitivamente, hoje parece que nada faz sentido.
Valha-me o fim-de-semana que se aproxima e que promete!

terça-feira, maio 23, 2006

Não te vejo

Não te vejo.
Escondes-te atrás do rótulo que coloquei.
Tento agora despir-te, mas não sei.
Não te encontro.
Vesti-te de preconceito e não sei quem és.
Tenho vagas memórias duma melodia,
um passeio na praia, o sol a morrer...
Julguei ter-te ouvido dizer: salva-me!
Não acreditei, fiz-me surda, ignorei.
Por um momento o mundo parou,
ou eu sonhei...
Como areia entre os dedos, escapaste.
Deixei-te perder!

sexta-feira, maio 19, 2006

Parques de estacionamento

Lembro-me de ter tido aulas de condução e da dor de cabeça que era estacionar.
Não me lembro mesmo nada, de alguém me ter ensinado a deixar o carro em parques de estacionamento...
Além de parques que são verdadeiros labirintos, onde precisamos de mapas e outros instrumentos de orientação, outros são ainda piores, verdadeiros pesadelos!
Hoje para estacionar, vi-me numa espiral interminável que me levava a um buraco dentro da terra. Socorro!!
Deviam ter um aviso na entrada a alertar para o perigo!
Senti-me a ser esmagada.
De repente veio-me à ideia o «poço da morte». Quando era criança, nas festas de stº António, toda a gente ia assistir ao «espectáculo». Acho que nunca superei este trauma!
Aventura pior ainda foi o desaparafusar, isto é, retirar o carro , umas horas e um jantar depois.
Enfim, estou no meu cantinho, sã e salva, mas por um bocado vi «a minha vida a andar para trás».
Apetece-me dizer : odeio parques de estacionamento mal feitos.

quarta-feira, maio 17, 2006

Coisas que me fazem feliz

Conversas com amigos, risos, gargalhadas
Brincar com as crianças,
ao esconde-esconde, ao bichinho,
saltar à corda, jogar à bola.
Contar histórias para adormecer.
Andar às compras com a mana, braço dado a passear.
Ouvir música.
Dançar.
Chegar a casa.
Todos juntos a almoçar.
Sentir o cheiro de Maio.
Viajar.
Descobrir o mundo, e deixar-me surpreender.
Amar.
O que mais me faz feliz é viver!

terça-feira, maio 16, 2006

SABOTAGEM

Depois dum fim de semana de arromba, leia-se, excessos gastronómicos, estava decidida: amanhã começo a dieta. É que, além dos já habituais miminhos culinários da mamã, foi a despedida de solteira da Bete. Não é por nada, mas ando a ameaçar este graminha a mais desde a Páscoa, e não há condições!
Não me inibi de comer bem e de beber melhor, pois era mais ou menos como a minha despedida dos erros alimentares...
Hoje comecei com um copo de leite magro, um pão sem manteiga e fui assim feliz para o trabalhinho. A meio da manhã, comecei a aperceber -me da cabala quando me perguntaram se preferia um eclair de chocolate ou de café...
Há homens que sabem tentar uma mulher!
Como tenho uma vontade, quase, de ferro, resisti, até à hora do lanche. Foi quando decidi: começo a dieta amanhã!
Há minutos, duas das «famous five», leia-se, amigas do peito, ligaram para combinar jantar amanhã. Depois de negociar lá ficamos por um chazinho. Parece suficientemente ligth para quem quer começar a dieta pró biquini...não fosse alguém ter dito: eu levo o bolo!
Andam a sabotar os meus planos!

sexta-feira, maio 12, 2006

É NOITE

É noite. A música, com o volume no máximo, ecoa dentro da minha cabeça. Tento calar esta dor, abafo-a com acordes fortíssimos duma guitarra. Choro na alma. Hoje não vejo as estrelas, o vento não é carícia. Sou um barco parado em águas calmas.
Preciso de navegar. Preciso doutros mares. Tenho de levantar a âncora , deixar-me ir, até onde o mar me levar.

À FLOR DA PELE

Estar à flor da pele,
Sentir todas as dores e alegrias,
Chorar...
Não saber porquê!
Ter saudades,
Dum lugar, de alguém,
Do nascer do sol, do mar
Sentir tudo, como se tudo fosse acabar.

AUSÊNCIA

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


Poema de: Sofia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, maio 10, 2006

Corar ou não corar

Hoje fui abordada na rua por um turista que me pediu uma informação.Como estavamos longe do local para onde ele pretendia ir e como tinha de o informar em Inglês, fiquei um pouco atrapalhada. Logo, uma série de mecanismos fisiológicos já bem explicados, se desencadeou.
Senti-me a corar...
Já disse muitas vezes, adoro pessoas que coram (desde que não seja eu).Toda a gente diz:«agora já não coro facilmente, mas quando era mais jovem....»
Porque será que os adultos não coram, ou só raramente?
Acho que este fenómeno se está a perder. As pessoas são tão perfeitas ou escondem tanto as suas limitações...
Hoje fui eu que corei, se calhar também preferia que aquele turista me tivesse rotulado de inteligente, brilhante, capaz de o informar duma forma clara, num Inglês perfeito...
Nisto do corar também acho que há diferenças entre homens e mulheres. Os homens coram menos, pelo menos os que eu conheço. Será porque são mais seguros e confiantes? Porque usam mais máscaras?...

terça-feira, maio 09, 2006

Rostos

Ningúem me é indiferente.
Todos fazemos alguma diferença na vida de alguém.
Hoje fez toda a diferença no meu dia, a energia contagiante do sr.pulga eléctrica, sempre bem disposto, a cantarolar, a trabalhar com ar de quem faz aquilo de que gosta.Não consigo deixar de sorrir sempre que o vejo, já me conquistou.
Que dizer então, do sr.aspecto maravilhoso, pai dedicado, marido...(esta parte custa mais). Sempre educado, correcto, impecavelmente vestido, lindo! Aplico a expressão « ganhei o dia » sempre que aparece.
Igualmente marcante, a expressão da Indiana desesperada que procurava uma ajuda que eu não podia dar...
Nada acontece por acaso, estes sinais têm algo a ensinar...
Cada rosto, tem uma vida, uma história que o define. Tem outros rostos que ajudam a escrever as rugas, os sorrisos, as expressões.
A minha vida é marcada por muitos rostos. Muito mais do que por palavras. Rostos felizes, tristes, sofridos, malandros, infantis, feios, bonitos. Quem diz rostos, diz almas. Não é o rosto o espelho da alma?

ABRAÇO

Saudades dum abraço!
Protegida,entre um peito e dois braços.Segura.
Um abraço apertado,tão forte que não respiro...
Um abraço,muito mais do que uma mão estendida.
Duas mãos,dois braços...
Também não gosto de beijos,
como as crianças em geral
Limpo os restos de saliva,
São por bem ou são por mal...
Beijos não os entendo.
O que eu gosto é de abraços,
que prendem,agarram, esmagam...
como esta saudade,
Dum abraço